Em um mundo cada vez mais conectado, proteger ativos digitais deixou de ser uma opção e se tornou uma necessidade vital. Os dados mostram que, no Brasil, houve um crescimento agressivo de ataques de 95% em 2023, com 2.766 invasões semanais no terceiro trimestre, o maior índice desde 2021. É nesse cenário que surge a urgência de reforçar defesas, garantindo a continuidade e a reputação de organizações de todos os portes.
Realidade Brasileira
Ainda que os orçamentos de TI para CIOs brasileiros cresçam 6,6% em 2025, somente 5% das empresas alcançaram maturidade em cibersegurança, índice estagnado desde 2024. Isso contrasta com o avanço global de 3% para 4% no mesmo período, e revela o desafio de transformar investimentos em resultados práticos.
Além disso, 31% das organizações brasileiras sofreram ataques no último ano, e 55% preveem interrupções nos negócios em 12 a 24 meses, comparado a 71% globalmente. Esses números evidenciam brechas que, se não forem tratadas com estratégia, podem comprometer finanças, reputação e confiança de clientes e parceiros.
Impacto nos Orçamentos e Prioridades
Os CIOs brasileiros já entenderam a importância do tema: 91% planejam aumentar gastos em cibersegurança, ficando atrás apenas de IA e GenAI, ambas com 92% de prioridade. Ainda assim, apenas 55% das empresas alocam mais de 10% do orçamento de TI para defesa digital, queda de 11% em relação ao ano anterior.
O mercado global de segurança espera alcançar US$212 bilhões em 2025, enquanto o Zero Trust deve movimentar US$51,6 bilhões até 2026. No Brasil, o ciclo de investimentos previsto de R$104,6 bilhões entre 2025 e 2028 representa um aumento de 43,8% comparado ao período anterior.
Desafios do Cenário Atual
Apesar do interesse crescente, o ambiente brasileiro enfrenta obstáculos estruturais:
- Escassez de talentos: 81% das empresas sofrem com falta de profissionais, e 45% delas mantém mais de dez vagas abertas.
- Complexidade de infraestruturas: 69% utilizam mais de dez soluções pontuais, dificultando a visão holística.
- Riscos do trabalho híbrido: 85% mencionam dispositivos não gerenciados e 53% não confiam em detectar Shadow AI.
Por fim, a hiperconectividade, acelerada pela pandemia, expôs vulnerabilidades em redes domésticas e impulsionou a digitalização, sem o devido fortalecimento de controles. Em paralelo, a LGPD exige políticas de criptografia, controle de acesso e monitoramento contínuo para evitar multas e preservar a confiança.
Soluções e Tendências Emergentes
Para transformar investimentos em resultado, algumas abordagens se destacam:
- Adotar modelos como Zero Trust, mitigando violações em nuvem e acessos remotos.
- Integrar plataformas com IA, análise de comportamento e criptografia avançada para visão holística em tempo real.
- Recorrer à terceirização e centros de excelência, suprindo a falta de talentos com serviços gerenciados.
Atualmente, 93% das organizações utilizam IA para entender ameaças, 87% para detecção e 74% para resposta e recuperação. Essa parceria entre IA e segurança permite antecipar movimentos de invasores e automatizar respostas, reduzindo o impacto dos incidentes.
Rumo ao Futuro: Recomendações Estratégicas
CIOs e líderes de TI devem alinhar investimentos a objetivos de negócio, garantindo margens operacionais saudáveis. Para isso, recomenda-se:
- Aumentar a alocação orçamentária para cibersegurança a mais de 10% dos gastos totais de TI.
- Simplificar infraestruturas, substituindo soluções pontuais por plataformas integradas.
- Investir em treinamentos e certificações, preparando equipes para lidar com ameaças avançadas.
Como ressalta Fernando Zamai, da Cisco, “investir em soluções baseadas em IA, simplificar infraestruturas e aumentar conscientização sobre IA é essencial”. Já Luis Mangi, da Gartner, reforça que “melhorar margens operacionais é prioridade número um”.
Conclusão
O ciclo de investimentos em cibersegurança brasileiro está em expansão, mas depende de maturidade e estratégias integradas para se traduzir em proteção real. Com orçamentos em alta e apoio da IA, as empresas têm oportunidade única de fortalecer defesas, elevar a confiança de stakeholders e garantir a continuidade dos negócios. Ao adotar práticas como Zero Trust, plataformas unificadas e parcerias estratégicas, seu futuro digital se torna resiliente e promissor.
Referências
- https://securityleaders.com.br/gartner-principais-investimentos-dos-cios-brasileiros-em-2025-serao-ciberseguranca-e-ia/
- https://inforchannel.com.br/2025/05/09/apenas-5-das-empresas-no-brasil-sao-maduras-para-enfrentar-ataques-ciberneticos/
- https://www.softsell.com.br/por-que-investir-em-ciberseguranca-em-2025/
- https://itshow.com.br/ciberseguranca-no-brasil-desafios-oportunidades-2025/
- https://digital.futurecom.com.br/transformaodigital/investimento-em-ciberseguranca-prevencao-de-ameacas-na-industria/
- https://febrabantech.febraban.org.br/temas/seguranca/investimento-em-seguranca-da-informacao-deve-crescer-15-em-2025







